A praça

Todos os dias, passo pela praça. Seja pela manhã, ao meio dia ou durante o entardecer, passo pela praça. Sempre me pergunto o que tantas pessoas fazem nela. No centro da cidade, no fervor cotidiano, pessoas encontram-se sentadas ali, como se não houvesse mais o que fazer. Como se o tempo não existisse. Nas sombras das árvores, aos pés do chafariz, ouvindo o som da água e as risadas das crianças. Nunca tenho tempo de apreciá-la, passo sempre muito rápido – mas não rápido o suficiente para não notar a serenidade nos rostos das pessoas que ali se encontram. Hoje, entretanto, aqui estou. Sem perceber, encontro-me sentada na praça, como se não houvesse mais o que fazer. Como se o tempo não existisse.