Inconformidades

Eis que uns dias atrás eu estava conversando sobre cinema com um colega meu – deixando sempre claro que eu não entendo muita coisa sobre a sétima arte – e eu fiquei realmente inconformada com algumas coisas que ele disse. Coincidência ou não, vejo que muitos jovens hoje em dia têm o mesmo ponto de vista dele. O mesmo ponto de vista que eu acho “sem noção” e que será assunto deste post.

Muitas vezes vejo pessoas que se dizem cinéfilas classificarem os filmes como bons ou ruins pelos seus respectivos diretores. Nada contra, mas ao meu ver essas pessoas estão meio equivocadas. Vamos aos porquês.

  • Eternal Sunshine of the Spotless Mind é um dos meus filmes preferidos desde a primeira vez em que o assisti. O diretor, Michel Gondry, é o mesmo que dirigiu The Green Hornet, que na minha opinião foi um daqueles filmes “oh, céus, por que eu perdi meu tempo assistindo a isso?”.
  • Quentin Tarantino, um dos “bam bam bans” do cinema, adorado por milhares e milhares de hipsters, pseudo-cults e cinéfilos, foi o roteirista e diretor de Pulp Fiction e Inglorious Basterds. Dois filmes ótimos, dos quais gosto muito. Porém, como nem tudo são flores, nunca assisti a nenhum Kill Bill porque sempre que via cenas passando na televisão, odiava e mudava de canal correndo. Pode ser que hoje minha visão seja outra, apesar de duvidar muito.
  • Outro diretor ovacionado é Martin Scorsese. The Departed e Gangs of New York são dois filmes dos quais também gosto muito (quem não gosta, né?) e que foram dirigidos por ele. Infelizmente, outro dirigido por ele é o tão amado pelos hipsters pseudo-cults Taxi Driver. Assisti a ele com expectativas super altas e vejam só… quase dormi. Até hoje espero pelo ponto alto do filme.
  • Finalmente, o padroeiro dos frequentadores do Starbucks. Woody Allen. Mas que horror, meu povo. Já que ele é super amado, aclamado, usado como influência para a vida e todas essas coisas por metade das pessoas que conheço, resolvi ver qual era a dele, começando por Manhattan. PARA QUÊ?! Foi a minha segunda pior decepção no quesito “filmes” (perdendo apenas para Into the Wild). Reservei uma tarde, deixei de ir ao clube, à piscina, aproveitar o dia com a minha família etc. para assistir a esse filme. Meu pai me alertou, dizendo “Woody Allen é horrível, odeio esse cara”, mas eu insisti em ver. Errar é humano, né, pessoal. Filme totalmente água com açúcar com um final péssimo. Meses após ter me recuperado do trauma, vi Vicky Cristina Barcelona e Match Point. São melhores, sim… mas nada que sirva de justificativa para o amor que as pessoas sentem por esse ser humano.

Muitas vezes eu me sentia burra, de verdade, por não entender mais de cinema, não ver filmes pelos diretores e afins; mas fui pensando melhor, as experiências citadas acima foram acontecendo e hoje em dia me pergunto: por que eu me sentia assim? Gosto de filmes que não foram aclamados pela crítica, assisto aos filmes que me parecem ser bons pela sinopse ou que contenham alguns atores que gosto e não vejo problema nisso. O problema é que existe gente que vê problema, sim. E eu gostaria – e muito – de saber o motivo.

Até mais :)

Big Fish

Minha intenção não era escrever sobre um filme, porém como estou sem criatividade alguma e morrendo de vontade de escrever, escolhi esse assunto mesmo.

Big Fish (em português, Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas), é um filme da Columbia Pictures, lançado em 2003. Conta com o roteiro de John August e direção de Tim Burton; com um elenco que inclui Ewan McGregor e Albert Finney.

Basicamente, Ed Bloom, um velho contador de histórias, saiu jovem de sua casa no interior para viajar pelo mundo. Seu passatempo predileto é contar histórias sobre essa época. Até aí, tudo bem. Um filme qualquer, certo? Errado.  Ed consegue deixar essas histórias, por mais simples que algumas sejam, em algo fascinante de se ouvir. Ele mescla realidade com ficção, fantasia, criando algo espetacular, encantando qualquer um as que escuta. Certo, qualquer um não, quase qualquer um: seu filho, Will Bloom, detesta suas histórias, detesta que seu pai conte tudo magicamente, e não normalmente, como qualquer um faria; sem contar que ele não acredita em metade das coisas que seu pai diz.

Como vocês podem ter lido, ruim não deve ser – e não é (na minha opinião, preciso lembrar). Além dessa história cheia de fantasia, o filme conta com uma fotografia impecável e com a direção de Tim Burton – especialista quando o assunto é direção de filmes “mágicos” – e de um elenco muito bom.

Enfim, Big Fish é, de longe, o filme mais bonito que eu já vi. Não é exatamente o meu preferido, mas está entre os favoritos, sem sombra de dúvidas. O motivo? Então, eu não sei direito, mas o filme me encantou de uma forma inacreditável. Eu o considero uma obra-prima, um espetáculo, algo fantástico, esplêndido, maravilhoso, fascinante! Um filme para qualquer um se encantar. Conheço crianças, jovens e adultos que já viram, e nenhum ousou falar mal de Peixe Grande. É uma dessas histórias que ficam guardadas dentro de nós, daquelas que gostaríamos que todos que amam assistissem. O filme pode não encantar de primeira, mas quando você reflete sobre tal, percebe o quão fantástico é. Quem ainda não viu com certeza não sabe o que perde.