Palavras e posteriores esquecimentos

Olá!

Aqui estou, mais uma vez, divagando sobre a vida (enquanto eu deveria estar fazendo algo de útil).

Enquanto eu estava praticando, sem perceber, o meu passatempo preferido do dia-a-dia – o daydreaming -, comecei a reparar em algumas lembranças que apareceram. Não nelas em si, mas no ato de lembrar-me delas.

Coisas que aconteceram ano passado, por exemplo. Viagens, risadas, pessoas, aulas etc. Essas coisas que naturalmente faziam parte do meu cotidiano, hoje não fazem mais.

Se eu continuar indo mais “para trás” na memória, consigo me lembrar com clareza de momentos que ocorreram em diversos anos da minha vida. Entretanto, conforme o tempo passa, as lembranças vão ficando cada vez mais distantes, até se tornarem apenas estranhos flashes, chegando ao ponto de me fazerem duvidar se elas são realmente reais.

Não é assustador pensar que chegará uma hora em que o momento que você está vivendo agora, este exato momento, irá se tornar apenas mais uma lembrança no meio de tantas outras?

Há alguns dias, enquanto eu estava passando o horário de almoço na biblioteca (sim, tenho esse costume), peguei um livro aleatório (sim, sempre faço isso) de psicologia (Oi, Anna! Ano que vem esse livro pode fazer parte da sua vida! ♥). Abri o livro ao acaso, em uma página que descrevia um experimento de uma mulher, a qual me fugiu o nome agora.

Esta mulher passou seis anos da vida dela anotando sua rotina, as coisas que aconteciam no seu dia e por aí vai. Quando foi reler, notou que havia esquecido grande parte do que ela tinha escrito. Depois de alguns anos, quando foi analisar novamente, viu que havia esquecido, em média, 70% de tudo que fora escrito.

Ao ler esse texto, fiquei com ainda mais vontade de escrever. Relatar o que penso, o que sinto, singelos momentos que melhoram o dia – mas que acabamos esquecendo semanas depois -, lembranças gostosas… Se o meu medo de esquecer certas lembranças já era grande, ficou ainda maior.

E você, que está lendo isto agora, por que não corre guardar suas lembranças em formas de palavras também? Elas são sempre um porto seguro.

Beijo beijo!