Romanticidade

Olá.

Não posto aqui há algum tempo. Obviamente também não consegui levar o Projeto 365 para a frente. Não é que eu não quisesse, eu só não consegui por uma série de fatores. Quando me dei conta disso, já era tarde demais para começar um projeto mais “leve”. Dadas as minhas condições atuais, estou longe de conseguir retomar o desafio. Aliás, eu nem deveria estar escrevendo aqui, mas tudo bem.

Eu sei que é hora de voltar a escrever quando eu começo a pensar demais, sonhar acordada demais, criar situações imaginárias – como diálogos que nunca acontecerão – demais. Isso acaba ocupando a minha mente e não consigo prestar atenção no que eu realmente deveria prestar. Escrevendo, eu consigo colocar todos os pensamentos – ou parte deles, ao menos – para fora, liberando espaço na minha cabeça. (Acho que isso soou como se eu fosse um computador, mas não tem problema.)

Vamos à questão do título: romanticidade. Romantismo. Romance. Da minha parte, claro.

Há alguns dias eu estava conversando com um amigo meu que terminou recentemente um namoro. Alguns dias – ou poucas semanas depois, não lembro exatamente -, ele me disse que ambos estavam conhecendo pessoas novas, saindo com pessoas novas. Há alguns dias atrás, ele me contou que saiu com uma garota. Bem, ela pode ser apenas uma grande amiga, mas isso não muda o fato de ele ter saído com uma mulher. Não sei como a ex-namorada dele está, mas acredito que esteja agindo da mesma maneira, tendo em vista o que ele havia me contado.

Vamos ao problema: como um ser humano tem a capacidade de terminar um namoro e ir logo “conhecer pessoas novas”? Não estou falando dele, mas sim das pessoas em geral. Conheço muita gente que termina relacionamentos duradouros e logo aparece dando chances para outras pessoas. Não estou falando mal delas, longe disso. Talvez eu esteja até falando mal de mim, porque eu não consigo entender.

Certa vez terminei um relacionamento e levei 6 meses para conseguir parar de pensar na pessoa todos os dias. Após 3 meses do término, tentei sair com uma pessoa. Não deu certo, e eu me senti muito, muito mal por ter conseguido beijar alguém após apenas 3 meses.

Conversei com a minha mãe sobre o assunto e ela disse que eu sou, de fato, romântica demais. Que as pessoas não são mais assim, não levam tão a sério a coisa toda. E eu me pergunto: como diabos elas conseguem fazer isso?! Não estou falando de ficar sofrendo por alguém durante 2 anos, estou falando de… respeito, talvez. Consciência. Amor. Eu não consigo colocar na minha cabeça que existem pessoas que terminam relacionamentos de meses, anos, e após uns 4 meses já estão dizendo “eu te amo” para outras pessoas. Isso não existe! As pessoas sabem, ao menos, o significado de amor? O que é amar? Eu não consigo dizer direito que amo nem as pessoas que eu mais amo no mundo, porque é algo muito, muito, muito forte. “Eu te amo” são as três palavras com mais significado para mim, quando usadas juntas. Elas têm o poder de melhorar a sua vida, como acabar com ela. São palavras que precisam ser usadas com o maior cuidado do mundo. E existem casais que dizem “eu te amo” em um mês e no outro já estão saindo com outras pessoas.

Eu até consigo relevar aqueles que terminam e saem com outras pessoas somente pelo físico, pela autoestima, sem levar a sério. Mas entrar de cabeça em um relacionamento sério logo após ter terminado outro? Ah, me desculpem, mas não dá. Eu já olho torto para pessoas que namoram “sério” duas pessoas no mesmo ano… Imaginem no mesmo semestre. E não é recalque de encalhada, ok? Eu pensava assim quando tinha garotos à disposição (hahaha).

E isso me leva a retomar o título: romanticidade. Romantismo. Romance.

Sou do tipo que sonha em me casar, formar uma grande, feliz e linda família e viver cercada das pessoas que amo até o fim da minha vida. Sou do tipo que sonha com o dia no qual eu brigue com um garoto e ele corra atrás de mim. Sou do tipo que gostaria de saber que alguém disse “eu sou dela” – se referindo a mim – para algum amigo meu. Sou do tipo que ama mensagens e ligações inusitadas, cartas, cartões-postais e flores. Sou do tipo que ama quando alguém me manda trechos de músicas, livros ou filmes. Sou do tipo que ainda se apaixona pela pessoa, e não pela aparência. Sou do tipo que passa horas criando aqueles diálogos que citei no texto, aqueles que nunca acontecerão. Sou do tipo que vive em um conto de fadas – mesmo sabendo que esse lugar não existe.

Por tudo isso que eu disse acima, vejo que não pertenço ao meu tempo. Acho que está na hora de me adaptar, não? hahaha

Enfim, consegui esvaziar a minha mente, por enquanto. Espero que eu continue assim por algum tempo.

Até mais.